O que é Traição Virtual?
É a quebra de fidelidade em meios virtuais, que está ligada ao Contrato estabelecido pelo casal, seja ele implícito ou explícito. Cada casal tem seus Contratos e seu descumprimento é considerado traição.
Quando os direitos de um se sobrepõem aos direitos do outro, a relação começa perder equilíbrio. Aí, as lesões morais e afetivas começam a acontecer, levando à ruptura do relacionamento afetivo.
Tudo que se faz escondido do/a parceiro/a, tudo que se omite, já se sabe de antemão que não será aceito. Ainda que não haja envolvimento físico, há a intenção e desejo de se estar com a outra pessoa.
As verdades expõem a intimidade do parceiro. As mentiras demonstram má fé com as duas pessoas: com a qual ele se relaciona virtualmente e, com a qual ele tem um laço afetivo.
Quando alguém precisa dessa distração, dessa válvula de escape, dessa adrenalina, é porque algo não está indo bem na relação.
Hoje em dia, as pessoas de modo geral, têm acesso à internet, independentemente de sua condição social, econômica ou cultural e, isso acaba por banalizar a comunicação. Dessa forma é muito fácil idealizar um personagem, omitir informações reais, fantasiar, expor somente o que se considera bom e belo, ostentar, mostrar situações atrativas, mostrar felicidade e satisfação.
Um prato cheio para quem quer fugir da realidade e mergulhar de cabeça, procurando fugir de suas frustrações, problemas relacionais, financeiros e pessoais.
Acredito que esses são grandes gatilhos para desencadear motivação para traição.
Muitos acham ser mais fácil procurar resolver situações indesejáveis do lado de fora.
Qual seria a sua reação se, de repente, surpreendesse seu/a parceiro/a afetivo/a flertando com alguém pelo Instagram ou site de relacionamentos?
A primeira ação geralmente é Reagir porque, as emoções ficam afloradas e é bem difícil conseguir controlar os sentimentos, que vêm todos de uma vez. Daí, vêm uma porção de perguntas: querer saber o “Por quê”, questionar sobre insatisfação, pressionar contra a parede, discutir, se indignar, se revoltar.
Por quê? Por quê? Por quê?.
Com essa atitude, estamos julgando, apontando, culpando.
A segunda e mais acertada ação é Agir: perguntando “Para quê?” essa atitude, buscando um motivo, uma justificativa, dando chance do outro se explicar e expor seus motivos, tendo um diálogo racional e maduro. Perguntar ao outro se fosse o inverso, como ele reagiria?
Então, dependendo das respostas, analisar qual será o próximo passo, sentir e refletir: O que fazer com tudo isso? Qual será minha atitude diante do que se tem agora?
Colocar as ideias em ordem, perceber o quanto isso te afeta como pessoa e como esposa/marido. Levar em consideração o quanto essa questão influencia e/ou interfere em teu relacionamento.
Dessa forma então, decidir seus limites: o que consegue ou não aceitar. Não há que tolerar o intolerável, fazer vista grossa, se deixar enrolar, a menos que seu medo de perder seja maior do que se sentir traído/a.
É possível perdoar, mas avaliando se o arrependimento foi real, se há congruência nas atitudes e se há mudança no comportamento.
Agora, se a desconfiança continua, fica complicada a convivência. Isso não é digno.
A responsabilidade sempre recai àquele que trai, mesmo que apresente justificativas.
Há sempre possibilidade de tentar melhorar a afetividade no relacionamento amoroso, mas caso não seja possível, é melhor que se separem e cada um vá seguir sua vida, sem magoar ou enganar mais ninguém. (lembrei aqui daquela música da Marisa Monte: “Depois”, que se encaixa bem nesse contexto)
Realmente é uma situação muito delicada e está em função dos Tratados, dos Combinados, do Contrato Implícito ou Explícito do casal.
Os Contratos Implícitos estão vinculados a coisas que o casal estabeleceu de forma “automática”; regras e tratos estabelecidos de maneira instintiva, meio que subentendido.
Em casais monogâmicos, é natural que eles não se relacionem com outras pessoas.
Muitas vezes, esses Contratos estão estabelecidos apenas na cabeça de um dos parceiros, como por exemplo: a namorada espera que o namorado envie mensagens todas as manhãs.
São como expectativas individuais e, quando não são cumpridas, cada um por sua vez, pode se sentir traído.
Muitas vezes, em Terapia de Casais, essa questão é trazida, pois como não ficou bem estabelecida, não houve um real diálogo com relação a este Contrato (o nome já diz), porque o outro criou um contrato baseado em suas expectativas.
Não há como saber o que se passa na mente ou no coração um do outro.
Quando as coisas não ficam claras, quando não tem diálogo, ambos não conseguem compreender objetivamente o que se quer ou se espera um do outro.
O conceito de traição é muito subjetivo, ou seja, varia de pessoa para pessoa, de acordo com sua realidade, criação e cultura, seus valores e crenças. E quando se trata de traição virtual, o assunto fica mais polêmico ainda!
Nos Contratos Explícitos há também acordos estabelecidos pelo casal, só que a diferença é que eles conversam sobre eles, de maneira explícita, falando franca e abertamente sobre as suas expectativas e seus desejos, estabelecendo o que devem esperar um do outro.
Tendo ciência desses tipos de Contratos, conseguimos compreender que, muitas vezes o que é traição para um, não é traição para o outro. Exatamente por esta razão, mesmo aqui, é importante conhecer o conceito de traição para o parceiro e expor os seus conceitos, para que isso fique bem claro para ambos.
Sendo assim, a Traição Virtual nasce do conceito subjetivo de cada um dos parceiros. É essencial entender os seus limites, para saber se o que ocorreu realmente é uma traição.
Caso você esteja vivendo uma situação semelhante e não consegue se decidir qual decisão tomar diante disso, se sente inseguro/a, desorientado/a, perdido/a, eu posso te ajudar a encontrar um caminho mais acertado para que consiga sentir mais segurança e tomar a decisão mais acertada em sua vida amorosa.
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Mitzi Regislaine Mello