Você percebeu que o final de ano já está logo ali? Seja no calendário, finzinho de outubro, início de novembro, seja na decoração dos shoppings, nas promoções das lojas virtuais., este ano está chegando na sua reta final.
E a correria começa para organizar as confraternizações, as festas, os presentes, a viagem de férias. Meu desejo sincero que tudo dê certo!
Mas venho propor a você, já que ainda nos restam algumas semanas para a virada, uma organização diferente: que tal organizar sua casa?
Não a arrumação geral, de todo dia. Falo daquela \"limpa\", daquela esvaziada de guarda-roupa, de gavetas, de caixas.
Quando outubro vai terminando eu sei que é hora da “limpa”, de rever tudo o que eu deixei para ver com mais calma e jogar fora quando tivesse tempo.
E qual a finalidade de fazer isso?
Primeiro: estamos novamente encerrando um ciclo. O ciclo que coincide com o calendário de um ano inteiro. O encerramento de ciclos, para ser completo e eficiente exige uma análise de tudo o que ocorreu, quais os pontos positivos e o que aprendemos com os pontos negativos. Um fechamento de balanço. Isso é necessário para que possamos iniciar o novo ciclo com mais clareza, com mais certezas, com foco em nossas metas e objetivos para o novo tempo.
Segundo: todos temos uma capacidade específica de coisas/pessoas/projetos com os quais podemos lidar simultaneamente. Se continuamos a acumular lixo, projetos e ideias inacabadas, planos que não demos prosseguimento, tudo isso nos rouba o espaço para vivermos aquilo que realmente nos importa, nos interessa, nos motiva.
O ato de destralhar o espaço em que vivemos: nosso quarto, nossa casa, nosso ambiente de trabalho, fará com que o nosso cérebro processe o seu efetivo desejo de ter mais leveza e clareza na sua vida.
A arrumação externa fará com que os pensamentos também se alinhem, que a postura melhore por conta da leveza, que a cabeça se mantenha erguida olhando com foco para seus ideais, sem se perder em obstáculos inúteis que só deturpam sua atenção e sua própria visão.
Muito útil para entendermos sobre essa ideia é o livro “Seja Minimalista”, de Alexandre Chahoud @seja.minimalista, no qual ele explica o que é destralhe:
“Des-tra-lhar significa remover ou desfazer a tralha de alguma coisa. Em alguns contextos, pode significar remover ou destruir algo que está impedindo ou dificultando o progresso ou a evolução.” – o autor.
Ele nos explica que o minimalismo se iniciou como um movimento artístico e cultural dos anos 60, em Nova York e, posteriormente foi adotado como estilo de vida, buscando simplificar a vida eliminando os excessos e mantendo apenas o que é essencial.
A maturidade me trouxe esse processo minimalista, essa necessidade de retirar os excessos, aparar as arestas, viver com o essencial.
Não foi um processo rápido, tampouco está finalizado.
É um exercício diário de consciência e ação. Consciência e ação.
Consciência para analisar cada aspecto da nossa vida: quarto, casa, trabalho, amizades, relacionamentos, finanças, e se perguntar: — Estou feliz com isto? É realmente dessa forma que eu quero viver? E ação para desapegar daquilo que te afasta do seu propósito.
Dou aqui o meu testemunho do quanto se voltar para o essencial, pode transformar nossas vidas.
Na minha vida sei exatamente quando passei a fazer essas perguntas, quando passei a prestar atenção nas respostas e quando comecei a trilhar um caminho novo, deixando para trás aquilo que não faz mais sentido para a pessoa que sou e para aquela que quero ser mais à frente.
Isso significou deixar cidades, trabalho, roupas e objetos, pessoas e amores ao longo da estrada.
A cada destralhe, me sentia mais leve, mais em paz, mais feliz. Me libertar de objetos, mas, especialmente de amarras e correntes, de experiências, de tristezas, de culpas, fez eu apreciar com mais clareza o momento presente e vislumbrar a minha própria responsabilidade em ser uma pessoa melhor.
Por isso que a maturidade tem sido a melhor época da minha vida. O que me falta em juventude, está me transbordando em leveza e paz de espírito.
É por isso que, quando todos se voltam para as festas e comemorações, eu me armo de sacos de lixo e caixas de papelão, tornando minha casa, meu quarto, meu coração, minha mente e minha vida mais leves e preparados para o novo ciclo, o novo ano, a nova vida.
Muitas pessoas me perguntam o que faço como Masterlove. E é exatamente isso o que eu faço: eu ajudo outras pessoas a terem clareza sobre quem são e o que querem, e qual o melhor caminho para alcançarem seu propósito. Eu as guio por um caminho que eu própria já trilhei para que tenham a coragem necessária de atravessar a ponte que as levará para a vida que realmente querem ter.
Eliane Bodart