Nem mesmo se um alarme de incêndio tocasse agora eu conseguiria parar, Edimburgo inteira poderia pegar fogo, assim como eu. Eu estava excitada, molhada, tentando abafar meus gemidos diante da adrenalina de alguém chegar e estragar o melhor momento do meu dia.

Era começo de junho quando comecei minha aventura, em uma tarde chuvosa me despedia da minha família, amigos e país. Naquele dia eu nem poderia imaginar as experiências que viveria. Duas malas pequenas quase explodindo, apenas o essencial, foi o que eu disse pra minha mãe, mas eu não sei se ela concordaria se realmente visse o conteúdo.

Passaporte em mãos e eu estava pronta para o meu primeiro encontro: Lisboa. Foi difícil controlar o mix de sensações quando um par de olhos azuis me escaneou como se quisesse descobrir o tamanho da minha calcinha, ou pior, se eu tinha passagem de volta. Por um instante eu quase achei que seria o fim de uma viagem que nem começou, como terminar um relacionamento sério com o ficante, se é que me entende, mas finalmente ele disse sim.

Depois de 8h de caminhada por uma cidade que me lembrava o Rio, exceto pelo calor humano, eu me sentia feliz, exausta e ansiosa, ainda tinham algumas horas de espera até o próximo voo, e mais uma passada pela segurança. Essa não é minha parte preferida nas viagens, todo o processo de passar com as malas, sem saber se vão pedir ou não para abrir, eu sempre fico imaginando o que eles diriam se vissem meu compartimento secreto.

Eu tive uma verdadeira catarse enquanto andava pelas ruas de Dublin a procura do hostel, eu nunca tinha experimentado uma emoção daquelas, as lágrimas caiam sem que eu pudesse controlar ou até mesmo tentar entender, eu só sabia, em algum lugar dentro de mim, que era só o começo. Claro que eu não via a hora de relaxar depois de mais de 24 horas de viagem, e eu sabia exatamente o que me ajudaria naquele dia, mas ao chegar lá eu descobri que, infelizmente dormiria em um quarto misto, com mais 11 pessoas desconhecidas e, pra completar, privacidade era uma palavra desconhecida naquele lugar, esse é o preço que se paga quando a gente quer economizar. Não foi dessa vez, eu teria que esperar até meu próximo hostel, cruzando os dedos pra que tivesse um cantinho tranquilo pra mim.

A Irlanda me trouxe muitos desafios e lições importantes sobre coragem e liberdade, principalmente enquanto eu fazia trilhas sozinha pela floresta, mas também me trouxe muitos obstáculos no quesito sexualidade. Um mês e meio vivendo no meio do nada, dividindo um quarto com mais 3 garotas, muita diversão, mas novamente, zero privacidade, além da dificuldade de conhecer pessoas em um lugar tão isolado. A experiência no geral, foi tão incrível, que as vezes, eu até esquecia a quanto tempo eu estava sem uma parte importante na minha rotina, essencial pra minha saúde física e mental.

Foi só quando cheguei na Escócia que me dei conta do quanto eu precisava descobrir o lugar ideal para finalmente colocar meus brinquedinhos em ação. Meu coração batia acelerado, olhei pros dois lados antes de entrar, parecia tudo calmo aquela tarde, eu sabia que era o melhor horário para um banho demorado.e depois de experimentar o ápice do prazer, eu estava completamente pronta para mais uma semana de fortes emoções.

E por falar em emoções, a Escócia me proporcionou algumas bem intensas, mas isso é assunto pro próximo texto.

Se você precisa no seu processo de empoderamento, autoconhecimento e autoconfiança, agende seu horário, estou te esperando!

Sexologa Ilana