Esta
semana quem escolheu o tema da coluna foi você!
“Relacionamento à distância (se ver de 4 em 4 meses) será que dá certo?”
Agradeço muito sua participação e espero ajuda-lá(o). (Lembrando que a confidencialidade é um dos princípios do Processo Masterlove).
A resposta é: depende!
Relacionamento à distância é aquele em cada parceiro está em um território geográfico diferente.
Isso pode ocorrer por inúmeros fatores. Normalmente já existe um relacionamento afetivo e, por motivo de trabalho, familiar, estudo, um dos parceiros passa a viver em outra cidade, estado ou país. Considerando que as distâncias são cada vez menores e o mundo cada vez mais globalizado, tornou-se muito comum este tipo de experiência, principalmente entre as pessoas mais jovens, estudantes e em início de carreira.
Ocorre também de duas pessoas se conhecerem em uma viagem de estudo ou trabalho. Pós-carnaval são inúmeros pares que tentarão manter um relacionamento à distância, por exemplo.
Relacionamento virtual é aquele no qual os parceiros utilizam a tecnologia e os novos meios de comunicação para manterem a relação.
Se o seu relacionamento à distância ocorre nos dias de hoje, dê-se por feliz. Eu vivi a era das cartas, escritas à mão, enviadas por correio simples. E de quando linha telefônica era declarada patrimônio da declaração de imposto de renda! Ou seja, a comunicação era um tormento.
Hoje, com as redes sociais e chamadas de vídeo, tornou-se muito mais fácil amainar a distância entre os amantes, portanto, não reclame. Acredite: você está no paraíso!
Antes de falar sobre as possibilidades de um relacionamento à distância, vamos falar sobre quem deveria fugir deste tipo de relacionamento:
1) Aqueles cuja linguagem do amor é o toque físico aconselho fortemente a nem tentar um relacionamento assim.
Isso porque esta pessoa tem a necessidade de demonstrar e receber amor com carinhos, cafunés, andar de mãos dadas. E não há como suprir o toque físico pelo celular ou notebook. A sensação de desamor e frustração virá em pouco tempo e manter o relacionamento será um sacrifício.
2) Aqueles que têm necessidade de sexo praticamente todos os dias. Sem qualquer condenação, cada pessoa tem uma necessidade específica, mas, embora haja possibilidade de satisfação sexual no relacionamento à distância (falaremos sobre isso mais abaixo), o sexo virtual não substitui a relação física, o que implicará em uma série de conflitos.
3) Aqueles que são muito ciumentos e controladores. A base do relacionamento à distância é a confiança. A não ser que cada um ande com uma câmera e um chip de localização, não dá para saber onde o outro está a todo momento e isso pode ser enlouquecedor para o ciumento/controlador. Aliás, se você é assim, talvez esteja na hora de procurar ajuda.
4) Aqueles que não gostam de se expressar com a palavra. Se você é do tipo onomatopeico, responde com uma, no máximo três palavras, adora um hã-hã, acha que mais que uma linha é textão e áudio de dois minutos é podcast, ficará difícil desenvolver e manter a relação. Boa parte da comunicação será por escrito, mensagens, eventuais e-mails´s, áudios longos, longas conversas. Se você quiser arriscar, procure ampliar seu vocabulário e desenvolver a sua comunicação. Conselho de amiga.
Alerta!
Mas, se você achar possível, deixo apenas um alerta: dê um google em “golpe do amor”, “scammer”, “deepfake”, “romance scammer” e assista o documentário “Golpista do Tinder” na Netflix.
Todos avisados, vamos ao lado bom da coisa:
Em pesquisa de 2016 nos EUA, 3 milhões de casais viviam longe um do outro, 75% dos universitários já tiveram relacionamentos assim e, 25% deles estavam em um relacionamento à distância.
Durante a pandemia, por motivos óbvios, houve um aumento deste tipo de relacionamento, e, hoje, várias pessoas não só optam por se relacionarem à distância, como acreditam que é um relacionamento muito satisfatório.
Portanto, não só pode dar certo, como existem cada vez mais casos de relações bem-sucedidas.
Como fazer para dar certo?
1) Ambas as partes precisam ter ciência das dificuldades, vontade e participação ativa para que dê certo.
2) Há necessidade de uma alma romântica e ligeiramente casta, para tirar prazer das longas conversas, da impossibilidade do encontro, do resguardo, da espera. E criatividade para se fazer presente.
3) Estipulem uma rotina para as conversas mais longas, mas surpreendam-se com mensagens rápidas ao longo do dia. Mas nada de atormentar o outro com mil mensagens, exigência de resposta imediata, ataques de ciúmes.
4) Abusem da tecnologia para superar a distância. Conversas por vídeo estabelecem uma maior intimidade e conexão. Troquem fotografias, façam com que um participe da rotina do outro.
5) Planejem os encontros, falem sobre eles para manter a esperança e sentirem segurança na relação.
6) Se se sentirem à vontade, troquem conversas mais sensuais, mostrem-se um ao outro, para os mais ousados podem tentar o sexo virtual. Usem a imaginação! O desejo não realizado pode ser muito excitante.
7) Façam planos conjuntos e tentem materializá-los de alguma forma.
8) Mantenham uma vida social saudável. Estudem, trabalhem, almocem com a família no domingo, mantenham seus hobbies e interesses. Isso faz com que a dependência emocional do parceiro não se instale e você se mantenha uma pessoa interessante e em evolução.
Conclusão.
Desafiador? É. Como todo relacionamento, aliás. E, como todo relacionamento, pode ser muito, muito bom!
Se você não estiver lidando bem com este tipo de desafio, vem conversar comigo.
Eliane Bodart