É
fácil identificar quando um relacionamento está em crise.
Parece que tudo na relação perde o encanto e a rotina torna-se a grande vilã da história.
O trabalho, o cansaço, a criação dos filhos, os boletos (ah, sempre eles!), tudo isso interfere diretamente na vida do casal.
Imersos nessa “caixa” que se tornou a vida a dois, o casal não percebe que está – a cada dia – perdendo a conexão.
O diálogo é praticamente impossível e, assim como a própria conexão, a paciência também se esgota.
E o que dizer da “preguiça”? Nos dias de hoje esse termo é utilizado para demonstrar que “dá preguiça discutir sobre as mesmas coisas e o outro não entender”.
Será que, realmente, o outro não está entendendo ou é mais interessante para ele “fazer de conta” que nada está acontecendo?
São tantas as questões que as lembranças do início da relação parecem até que ficam perdidas entre a rotina e a indiferença.
Será que a indiferença tomou conta da sua relação?
Indiferença. Essa é outra palavra que uma crise tem o poder de camuflar!
Quando a indiferença (ou o “tanto faz”) toma conta da relação, isso significa que seu relacionamento realmente esfriou. O que antes tinha tanta importância e encanto, hoje não passa de um “tanto faz”.
Agora imagine um relacionamento onde reinam rotina de trabalho, filhos, responsabilidades financeiras, falta de diálogo, de paciência, preguiça e indiferença.
- Obviamente é um casamento falido! – você deve estar pensando.
- Nem sempre! – posso te garantir.
Recorde-se do começo.
Convido você a voltar no dia do seu primeiro encontro.
Lembre-se da ansiedade que você sentiu ao ver o seu parceiro pela primeira vez. O frio na barriga nas primeiras palavras trocadas, os olhares, o encanto daquele dia! O que você sentiu?
Agora, vamos para o dia do seu casamento: o que levou você a tomar essa decisão tão importante na sua vida? Vocês se entendiam tão bem, cada detalhe da festa foi escolhido em comum acordo e foi um dia tão feliz! (Aqui vale até folhear o álbum de casamento!).
E a emoção do nascimento do bebê? Consegue mensurar a felicidade que vocês dois sentiram? Como dividiram as tarefas após a saída da maternidade?
Essas respostas são o norte que você precisa para identificar se o seu relacionamento “ainda tem jeito” ou não.
Apesar do caos, uma certeza: o amor ainda existe! Foi essa a conclusão à qual você chegou?
Quando o casal percebe que ainda tem sentimento, o primeiro passo contra as adversidades foi dado.
Então, como reverter a situação atual?
Os
próximos passos são, sem dúvida, as sessões de terapia.
Não é errado e nem vergonhoso pedir ajuda!
A vida não vem com manual de instruções onde tudo o que você deve fazer está escrito e você deve seguir à risca.
O fato é que todo ser humano muda constantemente, tanto física quanto mentalmente. Entenda que, se com o passar do tempo você mudou, com o passar do tempo ele também iria mudar!
Para decidir sobre fazer ou não uma terapia de casal, o óbvio sim, precisa ser dito.
É natural não identificarmos o que tem causado a crise na relação, por isso a terapia de casais é tão importante porque traz a clareza que vocês dois precisam para enxergar “o óbvio” e buscar alternativas para mudar o que precisa de conserto.
Durante a terapia, o casal terá um momento para sair do caos da rotina, ouvindo as queixas um do outro e propondo melhorias mútuas na relação através de combinados, tarefas e metas, mediados pela terapeuta.
Inserido nesse cenário, o próprio casal consegue compreender suas falhas e, a partir dessa percepção, traça estratégias com o objetivo de resgatar a relação.
Antes de decidir pelo processo de divórcio, busque terapia.
Muitas vezes, o preconceito com técnicas terapêuticas leva os casais a desistirem do seu propósito inicial e insistirem em permanecer na zona de conforto da relação.
Analise se, de fato, isso não está acontecendo na sua relação.
É através das sessões que você e seu parceiro poderão encontrar – e melhorar – exatamente aquilo que causava tristeza e falta de harmonia no seu lar.
Com amor,
Carolina Vieira
Carolina Vieira de Paula